Viva o Leonel Nunismo!!!
Terça Feira 31 de Outubro de 2006 é um dia que ficará para sempre marcado na história deste blog. Nesse dia concretizou-se o sonho antigo de ver Leonel Nunes pisar um palco que já há muito merecia ter pisado – o de uma festa académica em Coimbra.
Este não era um sonho só meu, era a vontade de pelo menos 384 pessoas que assinaram a petição que inicialmente era para a Queima 2006, mas que acabou por ser reconvertida para a Latada do mesmo ano, desta vez com mais sucesso, e na terça, finalmente, pudemos ver todos o Leonel e dançar ao som das suas músicas, que para minha admiração grande parte das pessoas conhecia. Foi aí que realmente percebi a importância que este blog tem tido na divulgação da música popular…e fiquei contente com isso.
A noite de 31 de Outubro começou bem cedo para quem foi ao jantar que antecedia o concerto, onde se reuniram perto de 150 fãs do Leonel (houve uma altura em que penso que estiveram lá dentro bem mais que estas pessoas). O jantar, organizado por algumas tertúlias como os Cobóis e os Pixoteiros, que amavelmente convidaram o Portal Pimba a marcar presença, não foi livre de problemas, principalmente com a disposição das pessoas, que acabaram por ficar todas misturadas, não ficando os diversos grupos juntos. Por essas falhas peço as minhas desculpas, apesar de ter sido um problema alheio ao Portal Pimba.
Mas penso que apesar destes pequenos problemas o jantar foi positivo, com um Leonel bem disposto a animar os convivas que se deslocaram ao Salão Brasil para ver o mestre ao vivo,
Sempre participativo, Leonel Nunes respondeu aos inúmeros “Olé Leonel olés” com vários “penaltis” bem aplicados, arrasando as defesas dos que pensavam que o que Leonel tinha no garrafão não era vinho, Houve também tempo - no fim do jantar - de Leonel e
Tiago Silva (virtuoso acordeonista que breve será aqui divulgado) brindarem os presentes com aqueles que são já os hinos do “mestre” –
Mulher Ingrata e
Porque não tem talo o Nabo - que todos entoavam a viva voz, antecipando o que se ia passar à noite. Findo o jantar foi tempo de autógrafos, aos quais Leonel Nunes não se recusou, tendo sempre uma palavra simpática a quem o abordava, mostrando a humildade que o caracteriza e faz dele único.
Era altura de ir para o recinto, e foi com um até já que o nosso anfitrião se despediu de nós. A ansiedade tomava conta dos que aguardavam a sua actuação, e depois de um cafézito e uma ou outra ida a casa para trocar de roupa, era altura de ir para o recinto.
Era chegada a hora, e eu, como não estava habituado a entrar com “livre trânsitos” enganei-me na entrada e acabei por chegar ao recinto já estava Leonel a tocar a sua primeira música. Era tempo de olhar em redor, e os meus olhos não acreditavam no que viam. Era gente até perder de vista- 25 mil segundo a organização- e no palco estava Leonel, com o garrafão a seus pés, num fundo de luzes que lembrava as estrelas, que juntamente com o fumo artificial dava um aspecto celestial aquele que não me canso de chamar de “Deus” da Música Popular Alternativa.
E se atrás estavam aqueles que olhavam com surpresa para o que estava a acontecer em palco, desconhecendo quem era Leonel Nunes, à frente estavam os verdadeiros fãs, sendo possivel reconhecer uma ou outra cara de anteriores paragens, seguidores fiéis do nosso mestre.
Leonel, como sempre, mostrava-se bastante divertido e comunicativo. Coisa que alguns criticaram dizendo que se tornou maçador, que falava muito. Mas Leonel é um contador de histórias e cada tema seu tem uma história para contar. Pena a qualidade do som não estar ao seu melhor, perdendo-se algumas coisas que ele falava.
Durante o tempo que esteve em palco foram tocados os seus êxitos mais conhecidos, tendo-me o Leonel confessado que viu os temas que aqui coloquei. E esses tocou-os todos, tocando também dois temas do seu filho Nuno Nunes, entre eles o sucesso instantâneo “No cometa um foguetão”. Os temas que terão tido mais sucesso, na minha opinião, foram o incontornável “Porque não tem talo o nabo”, “Mulher Ingrata”, “
Toca o meu Badalo” e o surpreendente “Partido do Tintol, que teve uma recepção fantástica por parte dos estudantes.
Devido ao atraso de Quim Barreiros (começa a ser habitual), que já o Leonel tocava quando saiu de Vila Real, Leonel Nunes teve que tocar mais que o previsto, tendo-lhe valido o vasto repertório que possui para entreter o numeroso público que estava no recinto. Com o prolongar do concerto, infelizmente houve algumas pessoas, que por não saberem que o Quim ainda não se encontrava no recinto, começaram a chamá-lo, sendo bastante indelicados com o Leonel que tudo fazia para “encher chouriços”, mostrando para quem quis ver quem são os artistas e quem são as vedetas.
Chegado o Quim, era altura de terminar a actuação ao som do hino “
Porque não te entalo o nabo”, seguido do típico “Boa noite, vos deseja o homem do garrafão”. Depois da “trombada” final, Leonel saiu do palco, sendo abraçado por Quim Barreiros, que em tom paternal lhe perguntou: “Portaste-te bem? Não te emborrachaste?”(meter um ou outro palavrão aqui pelo meio). Com este passar de testemunho, Quim entra em palco, e perante um público fácil e amorfo, que se deixa levar com um simples gritar de Briooooooosa se deixou embalar nos braços da máquina que envolve o nome mais sonante da música popular, mas longe de ser quanto a mim o melhor.
Para mim era o fim da Latada enquanto concertos, a seguir ao término do espectáculo do Leonel, refugiei-me nos bastidores, na conversa com o mestre que se mostrava bastante satisfeito com a recepção, tendo acedido a inúmero pedidos de autógrafos e fotos que os fãs lhe pediam.
Nós no Portal Pimba continua-mos a desejá-lo na Queima, não será legítimo depois disto?