Grandiosa Garraiada com Leonel Nunes - Reportagem
Depois de uma garraiada, que não encheu o recinto preparado para o efeito (estava sensivelmente a meia capacidade), mal foi anunciado o espectáculo que se seguia, deu-se o primeiro indício de que o que se seguiria seria o momento alto da noite. Mal foi anunciado o nome de Leonel Nunes nos altifalantes, vários grupos de jovens, muitos oriundos de longe, gritaram em uníssono o nome do maior ícone da Música Popular Alternativa (MPA). Depois de todos os presentes na praça de touros se terem deslocado até ao palco ao fundo do recinto, que mais parecia um festival de Verão, com touros mecânicos e várias barracas, foi a vez de aparecer um comunicativo Leonel Nunes num palco que não oferecia as condições ideais a um espectáculo destes, com fraca iluminação e um som que não era o ideal. Mas apesar de algumas queixas por parte do artista, este soube desde o primeiro momento como agarrar o público, fazendo com que estes olhassem para o palco embevecidos, com o olhar de quem olha algo que ansiava há muito. A partir daí foi o desfilar de sucessos, com o público a mostrar que é fiel e conhece as letras de cor, saltando e cantando com o artista. Os mais dotados (lote onde não me incluo, apesar de ter tentado) dançavam. Os principais êxitos passaram todos por lá, com especial destaque para: a “Mulher Ingrata”, “Um pepino entre os tomates”, “Porque não tem talo o nabo”, e a “Toca o meu badalo” mítica versão da “Apita o combóio” dos Zimbro que permitiu aos presentes ensaiarem o famoso combóio, muito comum neste tipo de festas. Com o povo ao rubro houve fãs que não aguentaram a euforia e saltaram para o palco, ladeando o artista e cantando com ele. Foi esta a prova definitiva que Leonel é um cantor popular, e é ali que se sente bem, no meio do povo, e ficou provado que o povo quer ter o Leonel no meio dele. De destacar duas belas bailarinas de improviso que permaneceram em palco durante quase toda a actuação, tendo deliciado todos os espectadores, principalmente os do sexo masculino.
Leonel mostrava-se divertido, apesar das contrariedades recentes na sua vida, que infelizmente são do conhecimento geral, dialogando com o público, tendo sempre uma história, repleta de trocadilhos para introduzir a música seguinte, e claro, entre músicas, a já famosa “trombada” no garrafão, imagem de marca do artista. Depois de pouco mais de uma hora de espectáculo a organização mandou Leonel terminar, mas para o público ainda não era a hora, e foram vários os pedidos para ele tocar mais uma. Ouvia-se entre o público pedidos para tocar a “Mostra o letreiro rapaz”, “A mata da prima Aurora” e um grupo que se fazia ouvir mais alto lá conseguiu que Leonel os ouvisse e tocasse “O Bombeiro”, música que eles gritavam a plenos pulmões. O “Rei” ainda tocou mais umas duas músicas para os já poucos, mas fieis, fãs que permaneciam junto ao palco, e que resistiam a juntar-se aos restantes nas barracas de bebidas, que estavam por essa altura cheias.
No fim houve tempo para autógrafos, fotos com o artista e ensinamentos do mestre sobre a arte de beber pelo garrafão, tendo-se revelado ali alguns novos valores do levantamento do garrafão, e posterior “empinanço”. Apesar da pressa que tinha em regressar à Guarda, com uma longa viagem pela frente, o artista atendeu todos com um sorriso, que à sua volta diziam coisas como “ÉS O MAIOR!” - ou alguns mais radicais, nos quais eu me incluía - “ÉS DEUS!!!
Depois disto Leonel Nunes regressa a casa, e começa o DJ a tocar, tendo o recinto ficado vazio, numa clara mostra de que o artista da noite era Leonel Nunes, responsável pelo público que lá acorreu.
Era altura do regresso a casa, com as pernas arrasadas, e a voz a falhar, mas com a alegria de quem tinha visto mais um espectáculo memorável, de uma pessoa verdadeiramente especial e genuína. Obrigado Leonel.
Seguem-se as fotos: